Este belo exercicio de metalinguagem é um dos mais aclamados filmes de um dos pais da Nouvelle Vague, François Truffaut.
Há uma grande quantidade de títulos que se destinam a revelar ao público um pouco da arte de se fazer filmes - de "Cantando na Chuva" à "Oito e Meio" até obras mais recentes como "Ed Wood" e "Adaptação". Entretanto poucos são os que conseguem transmitir tamanho amor pelo cinema como A Noite Americana, que além de ser um filme dentro do filme se alimenta da própria sétima arte com referências (algo sempre presente na filmografia do Truffaut) que cercam toda a obra - em uma delas temos o espalhar de livros sobre Lubitsch, Hitchcock, Goddard, Bergman, Hawks e outros gênios ao som da bela trilha de Georges Delerue.
A Noite Americana faz uma interessante mistura entre um elenco composto por estrelas internacionais (Jacqueline Bisset) que compõem o fictício "A Chegada de Pamela" e membros da equipe técnica que interpretam os técnicos do mesmo filme.
Produzido no inicio dos anos 70 a obra ainda faz uma reflexão sobre "o cinema de autor" algo também marcante em Truffaut tanto na filmografia quanto em sua carreira de crítico da Cahiers du Cinema.
No entanto o que fica mesmo para o público é o belo (e divertido) retrato desse esforço em transformar sonhos em realidade, empreendidos incansavelmente por realizadores que na frente ou atrás das camêras conseguem fazer até o dia ser tão escuro quanto a noite ou a noite tão clara quanto o dia...
nt.: Noite Americana é uma técnica cinematográfica que consiste em filmar cenas noturnas à luz do dia com o uso de filtros especiais para diminuir a itensidade da luz.
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